Fisioterapia Pélvica

Fisioterapia Pélvica

Gestação

Nos últimos anos, tem aumentado a atenção sobre a saúde pélvica e cuidados prestados a mulheres durante a gestação. Em uma pesquisa recente, 93% das mulheres relataram que não tinham conhecimento suficiente sobre gravidez e saúde pélvica pós-parto.
Nossos músculos do assoalho pélvico desempenham um papel fundamental na bexiga, intestino e função sexual. A gravidez é considerada o fator de risco para a disfunções do assoalho pélvico. O treinamento muscular dessa região pode ajudar as mulheres a preparar seus corpos e músculos do assoalho pélvico para o trabalho e parto e ajudar a minimizar o trauma e aumentar a confiança para este momento.

Pré-parto

• Prevenção de danos perineais e reeducação da coordenação abdomino-pélvica;
• Prevenção de incontinência urinária;
• Tratamento da lombalgias;
• Tratamento das pubalgias;

Pós-Parto

A Fisioterapia Pélvica no pós-parto ajuda as novas mães a restaurar sua saúde pélvica e evita a dor pélvica e as disfunções urinárias, intestinais e sexuais.

Disfunção sexual feminina

Os transtornos sexuais dolorosos femininos são distúrbios que apresentam a dor antes, durante ou após a relação sexual como principal característica e podem ter efeitos devastadores sobre a qualidade de vida das mulheres e seus relacionamentos.

Os transtornos que se enquadram nesse contexto são o vaginismo e a dispareunia.

O vaginismo, caracterizado pela ocorrência de espasmos involuntários da musculatura perineal que impedem a penetração na vagina ocasionando dor e dificultando o ato sexual, ainda não tem suas causas esclarecidas e sua prevalência está em torno de 1 a 6% das mulheres com a vida sexual ativa.

A dispareunia por sua vez, pode ser definida como uma dor genital persistente ou recorrente, que ocorre antes, durante ou após a relação sexual e acomete entre 8 a 21,1% da população feminina. Geralmente, a dispareunia é um sintoma de uma condição subjacente, e não um diagnóstico em si. Pode estar presente como parte de uma constelação de sintomas que afetam a vulva, a vagina e a pélvis.

As causas orgânicas, musculoesqueléticas e psicossociais podem contribuir para esses transtornos dolorosos. É fundamental que os profissionais que trabalham no domínio da dor genital compreendam os aspectos psicológicos, sociais, relacionais, sexuais e características da dor crônica desta condição.

A Fisioterapia Pélvica vem se destacando no tratamento das disfunções sexuais e pode atuar através da utilização de múltiplas técnicas de reabilitação, entre elas a eletroestimulação, o biofeedback, cinesioterapia, terapias manuais e terapia cognitivo funcional.

A fisioterapia vem destacando-se no tratamento dos transtornos sexuais dolorosos das mulheres, através da utilização de múltiplas técnicas de reabilitação neuromuscular, entre elas a eletroestimulação, o biofeedback, a cinesioterapia e as terapias manuais. A conscientização perineal também faz parte das opções que a fisioterapia possui no tratamento dessas disfunções, sendo essencial na adequação da atividade muscular do períneo das mulheres portadoras de vaginismo, por exemplo.

Incontinência urinária

A incontinência urinária (IU) é definida pela Sociedade Internacional de Continência (ICS) como qualquer perda involuntária de urina suficiente para gerar um problema social ou higiênico. Nesse sentido, a IU é considerada um problema de saúde pública e sua prevalência aumenta com o avanço da idade, embora possa acontecer em qualquer fase da vida. Alguns fatores de risco podem estar associados ao aparecimento dos sintomas, entre eles o próprio envelhecimento natural das fibras musculares, a redução da função ovariana após a menopausa, a obesidade, a gravidez e os múltiplos partos vaginais. A IU é classificada de acordo com os sintomas associados em:

• Incontinência urinária de urgência (IUU) – quando a perda involuntária de urina é acompanhada ou imediatamente precedida de urgência miccional, na presença da hiperatividade do músculo detrusor (músculo que envolve a bexiga); caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro;

• Incontinência urinária de esforço (IUE) – quando a pressão vesical excede a pressão máxima de fechamento uretral, na ausência de contração do detrusor o sintoma inicial é a perda de urina ao tossir, espirrar, pular, deambular, mudar de posição e rir intensamente. É o tipo mais comum de IU, e sua prevalência nas mulheres pode variar de 15 a 56%, dependendo da população;

• Incontinência urinária mista (IUM) – quando ocorre a associação dos sintomas anteriormente citados.

Para a adesão da paciente ao tratamento e o sucesso da intervenção terapêutica é importante observar como cada paciente percebe a IU e as consequências trazidas pela patologia para sua vida, de forma que, mesmo apresentando sinais e sintomas semelhantes, possam adotar diferentes estratégias para enfrentar o problema. Dentre as estratégias, destacam-se as intervenções cirúrgicas e o uso de medicamentos, além das terapias conservadoras.

O tratamento cirúrgico é um procedimento invasivo e apresentar elevado custo e altas recidivas. A terapia medicamentosa uma vez iniciada não deve ser interrompida e ainda pode causar efeitos colaterais. Por esses motivos, vem aumentando o interesse por tratamentos mais conservadores como a fisioterapia. Sendo assim, a ICS, em 2005, recomendou o tratamento fisioterapêutico para IU como a primeira opção, pois se trata de técnicas e recursos que envolvem baixo custo e risco, além de eficácia comprovada. Entre as modalidades desse tratamento destacam-se a eletroestimulação, o biofeedback e a cinesioterapia.

A cinesioterapia visa essencialmente ao fortalecimento muscular, estratégia tão imprescindível quanto avaliar a capacidade que as mulheres têm em contrair corretamente esse grupo muscular. Dessa forma, a cinesioterapia é uma técnica que permite, por meio da contração e do relaxamento dos músculos do assoalho pélvico, resultados mais efetivos, observando-se melhora ou cura em vários pacientes de forma mais duradoura.

Dor pélvica crônica feminina

A Dor Pélvica Crônica é definida como dor abdominal abaixo do umbigo por pelo menos 6 meses.
É um problema de saúde complexo e que afeta a qualidade de vida de muitas mulheres com vários tipos de transtornos uroginecológicos, muitas vezes resultando em depressão, ansiedade e fadiga. A Dor Pélvica Crônica envolve respostas emocionais, cognitivas, comportamentais e sexuais.

No Brasil, a Dor Pélvica Crônica é responsável por 10% das consultas ginecológicas, 17% das histerectomias e 40% das laparoscopias. As razões pelas quais as mulheres desenvolvem dor pélvica são multifatoriais, decorrentes de várias causas:

• Endometriose

• Cistite intersticial feminina / Síndrome da bexiga dolorosa

• Neuralgia do pudendo

As Associações Norte- Americana, Britânica e Européia de Urologia, bem como o Colégio de Ginecologia e Obstetrícia do Reino Unido recomendam a Fisioterapia Pélvica para o manejo dos sintomas nessa condição.